quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Maternidade depois dos 30

Nossas realizações são medidas hoje pelo desenvolvimento pleno em cada área de nossas vidas. Uma pessoa realizada é hoje aquela que possui um bom emprego, uma carreira de sucesso, tem um casamento estável, filhos lindos, boa aparência física (estar em forma, cuidar da saúde, praticar esportes) e uma vida social agitada. Igual aos comerciais de margarina.

A realidade é obviamente algo muito diferente e cada um precisa encarar algo que não parecia fazer parte dos planos: um divórcio, a perda de um emprego ou a frustração com a carreira escolhida, a ausência dos filhos, problemas de saúde etc. Apesar de não parecer claramente para nós assim, nossa felicidade parece estar relacionada ao alcance de cada uma dessas etapas e aqueles que as atingirem todas será o ser humano ideal.

Tem um artigo muito interessante que a amiga Elizabeth postou em meu outro blog que fala exatamente disso: a busca pela cenoura pendurada na vara que está amarrada ao nosso corpo. Quanto mais andamos, mais longe ela fica. Primeiro buscamos a escolha da profissão, depois o vestibular, depois a graduação, o primeiro emprego, o melhor emprego, uma chance em nossa área de atuação, depois a promoção, depois o casamento, os filhos e por aí vai...

Nós mulheres ainda temos que demonstrar muita capacidade para sermos bem aceitas no mercado de trabalho, além de termos que nos dedicar mais à cursos, aperfeiçoamentos, postura etc. Sim, pois ainda estamos em uma vitrine, em que nossas funções são conseguidas com muito mais esforço (veja o número de gerentes mulheres que a empresa que vc trabalha possui) e muito mais dedicação. Quando temos 20 anos, pensamos que as jovens mães acabam sofrendo muito mais em suas carreiras e algumas vezes perdem chances interessantes de crescimento profissional por conta dos filhos.

Portanto hoje, se olharmos à nossa volta perceberemos que a maioria das mulheres têm seus filhos depois dos 30 anos. Até por que no meio de toda a algazarra profissional, com 30 anos estamos mais maduras, mais seguras profissionalmente e começamos a ter a sensação do relógio biológico que bate em nossas portas para nos lembrar do porquê de termos corrido tanto tempo atrás da carreira. Começamos a nos questionar do porquê de termos comprado o carro 4 portas, ou de ter trocado o apartamento por uma casa. Enfim, os resultados profissionais aparecem, mas parecem não fazer mais o sentido que pareciam ter. É como o cachorro que corre atrás das rodas do carro e quando o carro pára não sabe absolutamente o que fazer...

E bem, comigo não foi diferente. Não pensava em filhos até chegar perto dos 30 anos. E bem, aí o relógio biológico começou a me apertar e dizer: ei, para quê tudo isso?? Cadê a alegria?? Cadê alguém para vc cuidar?? Sim, por que eu acho que nós mulheres nascemos para cuidar de alguém. Quando crianças cuidamos das bonecas, dos nossos animaizinhos, depois dos irmãozinhos e na verdade, em toda a vida adulta passamos em busca de alguém para quem se doar, de ter alguém com quem se preocupar etc. Somos nós aquelas que ficam na cabeceira da cama dos doentes, que cuidamos de homens que muitas vezes apenas nos maltratam e que sentimos toda a dor e a tristeza dos problemas do mundo. Somos feitas assim. E quando não temos alguém para carregar no colo, alimentar, educar, apoiar, encontramos alguma outra coisa: reparem nas moças com seus bonitos e tratados cachorrinhos nos colos, com seus gatos persas ou com seus sobrinhos no parque. Somos assim. Fomos feitas para sermos mães. Mas estamos deixando este instinto aparecer cada vez mais tarde, o que causa sofrimento em muitas. Nosso organismo está em seu auge na casa dos 20 anos e a recomendação é de que o primeiro filho seja gerado até os 28 anos. A partir daí, o corpo da mulher começa a perder gradualmente (e lentamente) a capacidade reprodutiva. Nossa sociedade nos empurra a maternidade para depois dos 30, mas nosso corpo não tem como saber disso. E nosso instinto fala cada vez mais alto. Por isso há a frustração, a espera, a decepção. Pois sempre achamos que quando resolvêssemos ter nossos filhos, eles viriam automaticamente, bastaria interromper os contraceptivos. Mas nem sempre é assim. Por isso vemos tantos blogs, tantas mulheres passando pela mesma coisa. Temos que correr contra o tempo e a sensação que temos é que o tempo já começou a nos engolir...

Algumas pessoas decidem não ter filhos e são felizes assim. Mas o instinto está lá, outras coisas o preenchem. Algumas decidem por tê-los, mas não conseguem. O importante é pensarmos que podemos trabalhar esse nosso lado de várias maneiras. O que vocês acham?

5 comentários:

Tati disse...

Oi amiga,
Muito legal o seu post. Muitas mulheres deixam para engravidar mais tarde, depois de se sentir realizadas profissionalmente ou depois de ter aproveitado a vida sem ter a preocupação com filhos. Mas isso é muito errado e muitas acabam tendo dificuldades para engravidar e acabam sofrendo muito com todo o desgaste emocional que isto provoca. Eu mesma, só pensei em filhos há um ano atrás, depois de achar que já tinha curtido e aproveitado a vida só com o marido. E não tinha nem idéia de que poderia ter SOP, e tendo essa dificuldade para realizar este SONHO.
Beijinhos,

Elaine disse...

Oi Amiga agradeço sua consideração...
é sempre muito bom poder partilhar e compartilhar.
Vou pegar firme na dieta!!!!!!

Elaine disse...

Eu participo da comunidade QSM http://www.querosermae.com.br e postei um tópico muito legal falando sobre fertilidade e dieta.De uma olhadinha!!!!!!!!!!

Dali disse...

Elaine, não consegui acessar, vou tentar me cadastrar.

Aninha disse...

Oi amei seu Blog, eu tive minha filha aos 26 anos e estou com 33 anos atualmente, e tentando engravidar novamente mas não estou conseguindo.