quarta-feira, 2 de julho de 2008

Gravidez de múltiplos


Reprodução Assistida

Desafio, hoje, é reduzir os casos de gravidez múltipla

O nascimento de múltiplos já é considerado um problema de saúde pública devido aos riscos causados às mães, às crianças e pelo alto custo gerado



O Povo - 02/07/2008 14:07

Desde 1978, quando nasceu Louise Brown, o primeiro bebê de proveta, a medicina reprodutiva avançou muito. Ao longo dessas quase três décadas, estima-se que tenham nascido em todo o mundo mais de 1 milhão de crianças geradas por fertilização in vitro.

Entretanto, desde o nascimento de Louise Brown, o nascimento de gêmeos, trigêmeos e quadrigêmeos cresceu vinte vezes. Os prováveis responsáveis pela maior parte dos gêmeos da "geração assistida" são os remédios que induzem a ovulação. Eles fazem com que a mulher produza, num único ciclo menstrual, vários óvulos prontos para ser fecundados, quando o natural é um por vez. Com a fertilização in vitro, a probabilidade de uma mulher ter filhos múltiplos é de cerca de 20% e com indutores ovulatórios, de 12,5%. A probabilidade natural é de apenas 1,25%.

O nascimento de múltiplos já é considerado um problema de saúde pública devido aos riscos causados às mães, às crianças e pelo alto custo gerado ao sistema público de saúde.

"A gravidez de triplos ou mais não é uma boa prática e deve ser evitada a todo custo. A gestação múltipla causa inúmeras patologias maternal, fetal e neonatal", explica o especialista em Reprodução Humana, Joji Ueno.

No Brasil, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) permite a transferência de até quatro embriões. Os especialistas em Reprodução Humana tentam convencer os casais mais jovens a transferir apenas dois embriões, mas há resistência.

Apesar das vantagens médicas para a saúde da mãe e do bebê, o implante de um único embrião encontra resistência dos futuros pais e mães, que dificilmente acreditam que as chances são tão boas quanto aquelas com transferência de dois ou mais embriões. "O receio é perfeitamente compreensível devido ao investimento financeiro e emocional do casal. Mas o investimento de agora, implantando um único embrião, não chega nem perto dos gastos que uma família terá no futuro com trigêmeos", comenta o médico.

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