terça-feira, 27 de agosto de 2013

Retrospectiva 2: primeiros dias do Henrique em casa

Quando fiz o relato de parto, achei que deveria escrever um dia sobre os primeiros dias do nosso pequeno conosco. Vou escrever agora e sinto por não ter escrito na época, muita coisa já passou e agente não se lembra, pois cabeça de grávida é cabeça de peixe e cabeça de nova mame continua mesma birosca que na gravidez (affff!). Enfim, aí vai o relato dos primeiros dias do baby em casa.

Saída da maternidade

Saímos da maternidade no dia 19/04, às 11h da manhã e eu não me lembro que roupa ele estava usando, apesar de eu ter uma roupinha de saída de maternidade que minha mãe me deu. Vamos dizer que ele saiu com ela, pois eu realmente não me lembro rsrs. Minha sogra veio conosco e meu marido veio dirigindo, eu fui no banco detrás olhando para aquele bebezinho tão pequenininho dormindo no bebê conforto e pensando que aquele era o meu filho e que ele estava agora indo para casa, conosco e eu mal podia acreditar na minha sorte. Ele era tão perfeitinho e bonzinho!
Chegamos em casa e eu o coloquei no berço pela primeira vez. Meu marido foi levar mina sogra e fiquei sozinha com ele, o admirando. Depois entramos no ritmo de acordá-lo a cada três horas para dar mamadeira, tentar dar o peito, troca-lo e fazê-lo dormir de novo. Não se enganem, não é muito diferente disso nos primeiros dias e o bebê chora se vc esquecer a comida, a troca de fralda ou se ele está com frio. Mas ele não pode ficar muito agasalhado pois ele dorme por que está quentinho e isso pode elevar a temperatura dele e causar desidratação. Então é melhor o bebê passar frio que calor. Eaí começa a ficar difícil. Pois eu tinha muito medo de não saber trocar, não saber dar banho, não acordar de noite com o choro dele, etc. Mas isso não é nada difícil e a gente acaba pegando o jeito fácil. O que é difícil (difícil pacas ainda) é amamentar, saber a se o bebê está com frio ou calor, acertar na roupinha (de novo: frio ou calor?) e tentar ajudar quando começam as cólicas ou quando eles têm alguma dor, enfim, coisas que eu nunca pensei na gravidez e que foram mesmo as mais difíceis.
Mas voltando àqueles dias, eu dei o primeiro banho do Hemrique - lavei rostinho e cabelinho, sequei e depois o coloquei na banheirinha, bem cheia e bem quentinha, como a médica sugeriu, e ele berrou e berrou e eu lavei tudo rapidinho (ele era tão pequenininho e magrinho!) e quando eu o levei para o quarto para trocá-lo eu estava tremendo igual vara verde. Que medo meu Deus! Mas foi tudo bem e nem fiquei com aflição do umbigo como eu imaginava, passei o álcool e só, sem dramas. Colocamos aquele bebêzinho pequeno no berço e toda hora íamos olhar se ele estava bem (e bom, olhávamos tambem se ele estava respirando, coisa que a gente acaba fazendo um monte de vezes depois).
Coloquei meu relógio para despertar a madrugada toda para alimentá-lo de 3 em 3 horas e o relógio despertava baixinho e eu levantava e fazia a mamadeira, depois dava peito e nada de ele pegar...

Primeiros dias

O Henrique não sabia como pegar o peito e todo mundo me dizia que o leite desceria se ele mamasse então tentamos de diversas formas e no fim, o único jeito que funcionou foi comigo deitada de lado e ele ao meu lado. A cesárea doía pacas deitada de lado (dormi de barriga para cima por vários dias), mas depois de ele pegar algumas vezes ele conseguiu pegar o peito quando estava de cavalinho na minha frente e finalmente deitadinho. Doeu um bocado, mas aquele hidratante para os mamilos (lansinoh) ajudou pacas. Acho que o fato de eu ter usado a bucha nos peitos na gravidez ajudou a não rachar e o hidratante ajudou a melhorar as dores depois. E a concha ajudou a... Nãã. A concha não serviu para nada.
Inchei um monte, meus pés viraram uns bolachões gigantes e nenhuma cinta no planeta serviu para mim!! (e olha que eu comprei 3! Uma G e duas GG!) então eu comecei a usar umas 4 calcinhas de gestante todas juntas, uma por cima das outras (parecia uma louca)  pois parece que seus órgãos vão escorrer para fora se vc não prender a barriga, e colocava a concha, e tinha que passar creme nos peitos, creme anti-quelóides na cicatriz e depois que a cinta começou a servir (uns 15 dias depois da cesárea) eu me sentia um robocop gay com aquela cinta apertando minha cintura e empinando minha bunda e as conchas nos peitos e todos os cremes e bagulhos.... Affff!! parecia que eu estava montando uma armadura para lutar contra o crime após cada banho! Rsrsrs e também nos primeiros dias eu não conseguia abaixar para pegar nada do chão, então meu sonho era ter uma daquelas garras de criança que pegam coisas, sabem? No meu tempo eu chamava aquilo de mão biônica e se eu tivesse uma daquelas aí sim minha fantasia estaria completa! Eu iria ser a SuperBarangaMor, na luta contra as calcinhas caídas e fraldas e toalhas e roupas e colheres e bom, muitas outras coisas que assolam a humanidade e sujam o chão das donas-de-casa! Enfim. Estou me desviando....
Ele era muito bonzinho e chorava muito pouquinho, ficava acordadinho olhando para as pessoas (faz isso até hoje) e prestando atenção nas coisas à sua volta. Era muito bonitinho, com olhos pretos, sem sobrancelhas e pouquinho cabelo. Aprendi no livro da Encantadora de Bebês que a gente deve conversar com nossos bebezinhos sempre que for fazer algo com eles, como trocar ou colocar para dormir, enfim, tudo que os envolve, pois são indivíduos e merecem nosso respeito e explicações e coloquei em prática desde o começo. Achei isso bem legal. Ele ficava olhando para mim enquanto eu falava com ele e fazia as coisinhas dele.
Enfim, me falaram que o leite desceria até 6 dias depois da cesárea. Não desceu. Depois me falaram que talvez descesse até 20 dias depois do parto. Não desceu. Depois até 30. Enfim, nao desceu mesmo. Continuo com um teco de leite e a função dos peitos até hoje é fazer o pequeno dormir. Ele adora o peito e mesmo mamando um pouquinho só ele dorme todo satisfeito depois! É muito fofo! Agora tenho um pouco mais de leite, mas ainda assim não dá para substituir nenhuma mamada dele. Amamentar foi punk, pois com 2 semanas ele começou a ter as dores do refluxo e eu me sentia muito culpada por não ter leite - vi que as fórmulas (formula é como chamam o leite em pó aqui nas minhas paragens...) aumentam bastante o problema e eu não tinha leite para ajudar, enfim, foi punk.

Nos dias que se passaram, eu fazia a rotininha de acordar o bebê a cada três horas para amamentar e na verdade nem foi tão cansativo assim, a rotina era intercalada com esterilizar as mamadeiras, ferver água, trocar as fraldas, preparar banho, limpar a casa e colocar o bebê para dormir. Quando eu olhava no relógio pela primeira vez já eram seis da tarde...

E aos poucos foi me dando uma vontade de cantar, me pegava cantarolando na pia lavando louça, sorrindo sozinha enquanto lavava mamadeiras, sorrindo sem perceber ao vê-lo dormindo... olhava tudo e tudo parecia ligeiramente diferente, mais colorido, com mais sentido. Demorou para eu dar nome a esse sentimento, não por que ele seja complexo e difícil, mas por que era algo que eu não sentia há anos e não sabia mais senti-lo: alegria! Parecia que eu tinha agora uma nova chance de ser feliz, uma nova "permissão" para sentir alegria, na verdade. Que alegria ver esse meu sonho realizado! Que alegria ter alguém a quem amar tanto e dedicar todo meu tempo! que alegria saber da existência do meu filhinho, que benção poder viver isso!

Muita alegria, amigas minhas!

Enfim, esses foram os primeiros dias e se pudesse os viveria todos de novo, pois o tempo passava mais devagar e parece que eu conseguia reter mais as memórias, as rotinas, etc... agora está passando tão rápido!! Como eu queria que passasse mais devagar...

bjs!


3 comentários:

Anônimo disse...

Dali, querida!
Que lindo esse teu post. Muito emocionante.
E olha, fui lendo, lendo, lendo e percebendo como mudou seu tom de escrever, como você está mais serena, mais calma, mais alegre mesmo! Como está mais cuidadosa, mais MÃE!
Você merece tudo isso e o Henrique merece também uma mãe assim, linda por dentro e por fora!
Beijo!

Unknown disse...

Oi Dali, estou na luta pra trazer um irmão pra Carol e já se fazem mais de três anos, duas Tec e nada ainda.... vejo sua luta e o quanto está feliz c o Henrique e sinto a esperança renascer dentro do meu coração! Lindo post!!
Beijocas!
Rose

http://sonhofilho.blogspot.com.br/

Lyanna Souza disse...

Lindo post querida!!! No finalzinho meus olhos de encheram de lágrimas... lágrimas de felicidade e de esperança...felicidade por saber que a tristeza advinda da infertilidade que te assolava se converteu em alegria ao alcançar a graça da maternidade e esperança de ser alcançada pela mesma graça!!! Bjos!!!!