A Nova Lei de adoção foi aprovada ontem no Congresso, e pelo conteúdo expresso, o que já era muito difícil, está agora beirando o impossível.
E não acredite nas embromadas palavras dos legisladores de que a lei acelerará o processo de adoção...
Vejam algumas novas regras e meus comentários pessoais (desculpem pelo mau humor, mas lei nesse país só existe para facilitar para quem faz tudo errado - o que seria o fora-da-lei em outro país - e ferrar quem tenta ser correto...):
Nova lei de adoção é aprovada no Senado
O Senado aprovou ontem a nova lei nacional de adoção. O texto prevê que, antes de a criança ser encaminhada a um abrigo, sejam esgotadas as possibilidades de acolhimento pela própria família.
(neste caso, a destituição será dificultada e a criança terá que permanecer em uma família em que muitas vezes a maltratou, abusou, etc. Na prática, isso só irá gerar mais burocracia, pois em geral, se a família é boa, ela naturalmente solicita a guarda de uma criança desprotegida - como no caso de perda dos pais, etc.).
No caso de perda do pai e da mãe, por exemplo, tios, avós e parentes próximos serão estimulados a assumir a criança. Outra mudança é que os abrigos terão de fazer relatórios semestrais justificando a permanência das crianças, o que deverá diminuir o tempo em que elas ficam nas instituições. (quando vencer o tempo máximo de permanência de 2 anos em instituição segundo a nova lei, eles farão o quê com a criança?)
Aqueles que quiserem adotar terão de passar por uma preparação prévia que estimulará a adoção de crianças que não são normalmente procuradas por pais adotivos (beleza! além de esperar por 4 anos pelas entrevistas, palestras, visitas das assistentes sociais, etc., ainda teremos que fazer mais uma preparação para a adoção, o que inclui uma pressãozinha básica para deixarmos a realeza e arrogância de lado e adotarmos crianças completamente diferentes do que solicitamos no cadastro. O projeto, de autoria da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), já tinha sido aprovado pela Câmara. Falta agora apenas ser sancionado pelo presidente da República.
- A preferência é de a criança ficar dentro da família, com o avô, com o tio. Esgotada essa possibilidade, vamos ao cadastro fazer um processo de habilitação e preparação - disse o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), relator do projeto.
Na Câmara, a possibilidade de adoção por casais homossexuais foi derrubada. No entanto, qualquer pessoa maior de 18 anos, independentemente do estado civil, pode se candidatar a pai ou mãe adotiva. (um adolescente de 18 anos - desempregado e solteiro - poderá adotar uma criança, mas um casal homossexual estável, empregado, com 30 anos, não poderá... engraçado, né?)
Segue o link para a matéria acima:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/07/16/nova-lei-de-adocao-aprovada-no-senado-205432.asp
Não está aqui, mas faz parte desta lei:
Haverá acompanhamento posterior a adoção também. Ou seja, tudo o que sempre quisemos: ter um monte de visitas de assistentes sociais atrapalhando nossos horários de trabalho, as programações familiares, etc. além da humilhação de ser tratado como bandido, passível de desconfiança e monitoramento, só por que decidiu adotar uma criança...
Outra alteração que não aparece neste texto diz respeito a irmãos: os grupos de irmãos serão colocados sob adoção da mesma família substituta, cuja única exceção é relacionada ao risco que um irmão pode oferecer ao outro. Ou seja, se uma família teve 15 filhos, serei obrigada a adotar todos ou não poderei adotar nenhum!!
Indígenas: deverão permanecer em reservas, ou o adotante deverá ensinar a criança todos os conceitos, crenças e rituais de sua tribo de origem. Ótimo. Me dê a reserva Raposa Serra de Sol de presente que eu juro que ensino ao pequeno indígena as lendas sobre Yara e nossa descendência do guaraná, ao mesmo tempo em que a tribo dele aprende sobre o novo vencedor do Big Brother na TV de Plasma que fica na oca, dentro da reserva...
Desculpem pelo desabafo, mas a lei nesse país é uma merda.
Leia a lei na íntegra:
http://web1.estadao.com.br/pdf/arquivos/15_07_2009substi.pdf
5 comentários:
Olá
Meu nome é Eloise e tb estou na luta pra ter um bebê, estou na minha 2°FIV, e sexta feira farei o BHCG. Li o seu blog, conheci atravéz do blog da Thais e estou te acompanhando, pois adoro ler e trocar idéias nos blogs.
Dá uma passadinha no meu blog e vç irá me conhecer um pouco mais.
Um abraço
Eloise mais uma tentante que não sediste
Oi!
Bom, mais uma vez, as leis tão aí prá criar empecílios... Eu tenho um casal de filhos, o menino com quase 5 anos (fará em outubro) e a menina com quase 2 anos (fará em novembro). Porém meu maior desejo sempre foi o de adotar uma criança, afinal, existem tantas crianças que precisam do amor de um pai e uma mãe (independente de sua etnia, crença E sexo)... é muito triste ver que cada vez a situação dessas crianças só piora! A vontade que dá é de fazer tudo por baixo dos panos, apenas para nos igualarmos às pessoas que fazem as leis nesse país.
Porém, não perca a esperança! Deus escreve certo... por linhas tortas e letra garranchal!
Olá Eloise,
Obrigada pelo comentário, vou te visitar sim!
Loirona,
é verdade!! rsrs
Sou Moisés, advogado. Tenho processos de Adoção em andamento e vejo os "adotados" começarem a andar enquanto os processos engatinham... É tanta burocracia! Até parece que só existem 2 ou 3 crianças no Brasil para serem adotadas diante de tanta dificuldade que as próprias Leis estampam. Será que os abrigos de menores são dos políticos e eles faturam em cima disso?
A nova lei de adoção é um retrocesso. Imaginem o absurdo do estado querer manter na mesma família as crianças que por elas não são queridas. Será uma luta inglória, burra e piegas, tais crianças estarão sujeitas a barbáries, as famílias substitutas terão vínculos com as famílias biológicas, será uma bagunça e terá muita promiscuidade. Que Deus não tenha pena do legislador.
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