Dezembro sempre nos bate na porta como quem não quer nada, aí vai entrando de mansinho e a gente pensa inocentemente: esse não será tão ruim... e quando vc vê ele já está entrelaçado em seus programas, em seus pensamentos e em cada luzinha colorida que começa a pipocar pelas ruas...
Nunca gostei de Natal. Acho que ninguém gosta.
É uma época do ano em que começamos a resgatar o que fizemos e pensar em tudo que deixamos de fazer. É época de lembrar daqueles que amamos e que não estarão conosco esse ano. É um tempo em que as pessoas estão mais instrospectas, mais preocupadas e principalmente mais tristes. Acho uma pena não termos neve por aqui... acho que teria muito a ver com a sensação de frio que sentimos, de necessidade de proteção e agasalho. Mesmo quando lá fora está um sol infernal de 40 graus. O frio é na alma. A tristeza nos gela os ossos e nos abraçamos sem perceber...
Depois nos sentamos na noite de natal imaginando que temos que celebrar a vida e estar ali para agradecer por aquelas pessoas que estão presentes em mais um natal conosco. Mas não conseguimos deixar de pensar um minuto nos lugares vazios, nos abraços que encontraram o vazio, nos sorrisos que jamais veremos novamente. Tanta gente que já se foi...
E bom, não tem como não olharmos mais uma vez para o nosso ninho vazio.
A sensação que tenho quando chega dezembro é que o ninho além de estar vazio, está "cada vez mais vazio"...
Este ano começou com um susto (a infertilidade) e uma promessa da ciência: a Fertilização in vitro. Uma solução. Esse era a possibilidade, o caminho. Fizemos duas vezes: uma entre fevereiro e março e emendamos uma segunda entre abril e maio. Dois negativos. Duas expectativas, duas vezes em que fiquei rezando para que todos os 4 embriões sobrevivessem , pois mesmo que fossem só 8 células microscópicas eu já os amava e já sentia falta de cada um a cada dia que passava...
Uma amiga me falou que se alguém na família dela tivesse que demorar a ter um filho, essa seria ela. Algumas pessoas nascem para terem que batalhar mais para ter as mesmas coisas que os outros. Acho que é assim comigo também. Tudo que consegui foi a muito custo, com muito trabalho, com muito suor e persistência. Mas taí uma coisa que mesmo com empenho, dedicação, esforço monetário, físico e psicológico não depende só de mim e o resultado não temos como saber...
Então, no mês de dezembro em geral olho o ninho montado, as folhas secas, os galhinhos empoeirando. Olho para mim mesma e vejo as primeiras penas brancas, os olhos mais cansados, o tempo passando...
2008 já foi...
bom, melhor deixar para lá.
beijos e boa semana,
Um comentário:
Sei como te sentes amiga, tb vejo o meu ninho cada vez mais vazio e silencioso. É uma sensação horrivel... Mas temos que ser fortes, 2008 já foi, mas 2009 está já ai para nos trazer a realização de todos os sonhos ;)
Bjokinhas,
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