sábado, 17 de janeiro de 2009

Aborto de repetição

Fomos eu e o maridão para os médicos que nos examinam da mesma forma com que se temperam frangos assados... (se eu ganhasse por médico percorrido já estaria rica! Já perdi a conta de quantos médicos já fui, mas vamos lá).

Seguem os resultados:
Dele: varicocele, pouca quantidade, pouca mobilidade
Nosso parecer: Já sabíamos de tudo, com exceção da varicocele.

Meu: ovários policísticos, um dos médicos falou em algo nas trompas - que nenhum outro compartilhou, então descartei - e o pior - abortos de repetição.
Nosso parecer: SOP e outras coisas estranhas eu já manjava, mas é incrível como nunca pensei em abortos de repetição antes...

Não segurar embriões classe A em duas ICSI seguidas, além de ter vivido exatamente a mesma dor antes, acompanhada de atraso e depois de cólica violenta. O médico que fiz as ICSI havia sugerido fazer o crossmatch (exames do casal para detectar incompatibilidade imunológica), mas esse exame custa 3.000,00, portanto na época não fizemos.

Visão do quadro negro: é impossível haver concepção natural, é necessário fazer a fertilização in vitro. E após a fertilização in vitro, eu tenho aborto de repetição, que faz meu útero expelir os embriões como se fossem corpos estranhos...

O médico que fui essa semana sugeriu uma controversa técnica de aplicar anticoagulante nas mulheres que têm aborto de repetição. Ele disse que parte da classe médica aprova, parte desaprova. Farei os exames para ver se é algum problema de coagulação que impede os embriões de se fixarem.

No mais, estou começando a pensar que somos dois espécimes que não vieram a esse planeta para se reproduzir... não sei por quê...

Meu marido falou que precisamos mesmo é chamar o doctor House. Talvez ele decifre o enigma e nos sugira uma solução... (não antes de nos dar umas bengaladas na cabeça e nos injetar nitroglicerina nos rins... rsrsrs).

Mas não se preocupem, estou bem. Só vamos ter que pensar o que fazer...(desculpem fazer brincadeiras com isso, mas se não for sarcástica, vou voltar para o underground e para lá não quero voltar nunca mais!)

ah, que pena que o House não exista de verdade...

Por enquanto, segue uma matéria interessante que uma amiga me mandou sobre abortos de repetição:


As causas do aborto repetitivo
Por Carla Oliveira
Desejar muito um filho, mas não conseguir levar a gestação adiante é algo que traz angústia e tristeza. São muitos os fatores que provocam abortos seqüenciais. Entenda porque isso acontece.

O aborto de repetição é caracterizado quando há perda de três gestações seguidas, com o mesmo parceiro. Se a mulher tem mais de 35 anos, dois abortos em sequência já podem indicar o problema. O aborto pode ocorrer até a vigésima semana de gravidez, mas normalmente ocorre antes de completarem 12 semanas. Cerca de 0,5% dos casais sofrem com esta dificuldade. Culpa, angústia e ansiedade são sentimentos que tomam conta de quem passa por essa situação. O sofrimento aumenta cada vez que ocorre um aborto e o tão esperado filho não chega. "Enquanto as pacientes não têm seu filho em casa, em seus braços, elas não têm descanso, seja físico ou emocional", relata o ginecologista e obstetra Ricardo Barini, especialista em infertilidade da Unicamp. Mas, não é preciso entrar em desespero. A grande maioria dos casos tem soluções simples. Leia, abaixo, a relação de causas possíveis e como tratá-las. "Vale lembrar que esses problemas não são excludentes, que uma mulher pode apresentar mais de um fator ao mesmo tempo", alerta o especialista.

Malformações fetais
As malformações correm quando há alterações cromossômicas no feto, e isso pode acontecer independentemente dos pais serem normais. Apenas 4% dos casos de aborto de repetição são causados por isso. "Não há tratamento específico, apenas um aconselhamento genético que vai estimar o risco de ocorrerem novas perdas nas gestações seguintes. Para isso, é fundamental que se faça o diagnóstico genético do feto abortado", explica o Dr. Ricardo. Nesses casos, o casal também deve se submeter ao exame genético. Fragilidade do colo uterino Às vezes pode ocorrer uma fragilidade do colo uterino, que não consegue segurar o peso da gravidez. "A causa para essa fragilidade pode ser congênita ou uma conseqüência de traumas sobre o colo do útero - que podem acontecer numa curetagem, por exemplo. É mais freqüente após a 16ª semana de gestação e a perda não provoca muita dor", explica o Dr. Ricardo. Este problema pode ser diagnosticado antes da gravidez, com um exame chamado histerossalpingografia, ou durante a gestação, por meio de um ultra-som. Para solucioná-lo, é colocada uma sutura que mantém o colo do útero fechado e a gestante deve ficar em repouso relativo. "A sutura é retirada e a paciente pode até tentar o parto vaginal. O resultado é excelente", ressalta o especialista.

Inadaptação imunológica
O feto tem 50% da carga genética da mãe e 50% do pai. Em função disso, o feto é interpretado como um corpo estranho para o organismo da mulher no início da gravidez. "A mulher precisa dar um `visto de permanência´ para este diferente corpo. Esse processo se inicia com o reconhecimento dos antígenos paternos, seguido da produção de anticorpos cuja função será a de suprimir a resposta do sistema imunológico da mulher contra o feto", esclarece o Dr. Ricardo. Quando este reconhecimento não funciona adequadamente, o organismo da mulher vê o feto como um agente agressor e produz substâncias que impedem o desenvolvimento da placenta e do feto, provocando o aborto. Essa causa é chamada aloimune e é responsável por cerca de 85% dos casos de abortos de repetição. O diagnóstico deste problema é feito com um teste chamado prova cruzada ou "crossmatch", no qual se verifica se a mulher produz os anticorpos que reconhecem os antígenos paternos. Se isso não acontece mesmo depois dela já ter engravidado mais de uma vez, está detectado o problema. O tratamento consiste em imunizar a mulher com as células brancas - os linfócitos - do marido. Depois disso, o teste da prova cruzada é repetido. Se estiver tudo certo, a mulher poderá tentar uma nova gravidez. Este tratamento tem resultados positivos em 81,9% dos casos, na primeira tentativa.

Disfunções hormonais
A causa hormonal mais freqüente é a chamada fase lútea deficiente. "Nesse caso, a mulher produz menos progesterona do que seria necessário para manter a nutrição adequada do endométrio nos primeiros meses de gravidez", explica o Dr. Ricardo. O tratamento se faz com indução da ovulação ou reposição de progesterona até o terceiro mês de gestação. Entre 20 e 25% dos casos de abortos de repetição têm como causa a fase lútea deficiente. Outra causa hormonal é a hiperprolactinemia, um aumento da dosagem de prolactina no sangue da mulher que pode interferir na ovulação ou mesmo causar a fase lútea deficiente. O tratamento é simples, por meio de medicamentos que reduzem a liberação da prolactina. Durante a gestação também podem ocorrer também alterações na glândula tireóide, como o hipo ou hipertireoidismo, levando a abortos recorrentes. O tratamento para cada problema é específico.

Doenças autoimunes
Algumas pessoas podem desenvolver anticorpos contra seus próprios órgãos ou tecidos. Isso pode passar despercebido até que ocorra uma gravidez. O tratamento dependerá da origem do problema. Uma das alterações autoimunes mais freqüentes é a síndrome dos anticorpos antifosfolipídicos, em que o organismo da mulher produz anticorpos que aumentam a coagulação, podendo induzir a formação de trombos na placenta. A gestante que apresenta esse problema recebe um tratamento à base de medicamentos e injeções diárias de anticoagulantes.

Trombofilia hereditária
Ocorre quando a mulher tem alterações genéticas que predispõem a trombose, problema que pode prejudicar o desenvolvimento do feto e até provocar um abortamento. O tratamento pode ser feito pela simples ingestão de aspirinas ou pelo uso de anti-coagulantes, dependendo do caso.

O que os médicos sugeriram no meu caso - até por que durante a FIV/ICSI tomamos medicamentos para evitar alguns, então eles podem ser excluídos - e acho que pode ser mesmo (espero que só um dos dois, afinal além de tudo ainda ter os três juntos acho que poderá ser interpretado como uma verdadeira mensagem do além para não ter filhos, não?):
Inadaptação imunológica ou Trombofilia hereditária ou Doenças autoimunes

Dos três, acho q tem mais sentido a Inadaptação imunológica...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Goodbye Underground


Então, nas últimas semanas, aconteceu comigo um estranho processo...

Foi como sair de um sonho ruim, no qual eu estava me afogando há 5 anos e do qual agora acordei e me vi encarando o teto pela primeira vez. Voltei a ser eu mesma, foi como recuperar minha alma, que estava prisioneira em uma cela escura, ouvindo lamentos e gritos de ódio por anos, sentindo cheiro de lodo e tentando respirar mas não conseguindo, como se o ar e tudo em volta estivessem cheios de fuligem, fumaça...

Percebi que carreguei a depressão por mais tempo do que imaginei e que acordar agora foi bastante estranho: foi como me reencontrar, me reconhecer de novo, saber quem sou eu e o que penso sobre as coisas, tirar a lama dos olhos e poder encher os pulmões de ar depois de tanto tempo...

Não gostei do resultado: anos se passaram como se fossem dias. Dias iguais. Kilos se acumularam, cabelos brancos, os olhos se apagaram. Mas é a primeira vez em que sei que sou eu que me olha de volta, que sou eu quem agora reassume o controle. Não sabia que poderia ser assim, e não sei se é assim com todas as pessoas, mas me sinto realmente renascendo. E gostaria de escrever sobre isso. Pois sei que nesse caminho sem filhos e com a podagem da família que pensamos em construir, muitas passam por isso e não sabem se estão saindo, se ainda estão deprimidas ou se simplesmente não estão. Não sei o que ajudou ou se houve algo que tenha ajudado de alguma forma, sei apenas que isso passa. Toda a tristeza passa. E até aquilo que imaginamos que jamais vamos ser capazes de suportar, passa. Tudo passa. Iazul. Li em um livro que essa palavra é mágica: Iazul - tudo passa. Não, não acredito em mágica. Mas acho que saber que absolutamente tudo passa pode fazer mágica em nossas vidas...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Voltei!



Pessoal, voltei para cá mais cedo que eu imaginava!
Vamos às novidades (tem crase??? que droga! acho que vou me lembrar para sempre de 2009 como o ano em que não soube mais como escrever por causa dessa alteração ortográfica revoltante, atrapalhante e inútil!):

Meu marido foi ao médico e ele viu os nossos exames e deu um (estranho) diagnóstico: que temos chances de engravidar naturalmente...

Ao contrário de todos os último..., deixe ver..., 5 ou 6 médicos!

Agora temos dois caminhos a seguir:

1 - deixamos de acreditar na medicina (o que seria talvez o mais óbvio);

2 - seguimos com mais esta opinião e tentamos naturalmente mais alguns meses.

Como as alternativas acima são inócuas, vamos tentar naturalmente por mais alguns meses e voilá, todo o universo mudou hoje sutilmente, pois é óbvio que não vou entrar de cabeça de novo nas tentativas/frustrações cíclicas, mas ao mesmo tempo é bom saber que nem tudo está perdido.

Ele falou que o que acontece provavelmente é alguma incompatibilidade e que eu devo ter algum problema ainda não encontrado. E que se nós dois tivéssemos nos casado com outras pessoas, muito provavelmente ambos teríamos filhos nos seus respectivos casamentos...

E bem, me lembrei que as duas implantações de embriões foram bastante complicadas, com cólicas todos os dias, fraqueza, sono... e obviamente não deveria ser assim com poucas células, com embriões tão pequenos, que ficaram por apenas uns 10 a 12 dias, que foi quando as cólicas pararam e o organismo "conseguiu" expelir os embriões...

E isso me lembrou de outra coisa: no ano passado, próximo ao meu aniversário, tive essas mesmas cólicas, só que duraram mais e minha menstruação atrasou uns 10 dias, portanto devo ter engravidado naturalmente naquela ocasião e expelido o embrião também. Eu me lembro que foi a única vez na vida em que tive que procurar um pronto-socorro (prontosocorro???? pronto socorro??? estou fula com essas novas regras de português!) para tomar buscopan na veia, pois a cólica que tive naquela menstrução foi tão terrível quanto a da primeira tentativa frustrada de ICSI. Será que só eu tive cólicas após a implantação dos embriões?? Mais alguém teve? Descobriu por que?

Portanto, marquei um novo gineco para tentar resolver este mistério e enquanto isso, trouxe um calendário para casa, que coloquei ao lado da cama com os dias em que teremos que namorar e achei o site abaixo para fazer a contagem dos dias férteis e já descobrir quando nascerá o bebê se der certo:


Segue o meu:


11/1/09 - 14/1/09 5/10/09
08/2/09 - 11/2/09 3/11/09
07/3/09 - 10/3/09 1/12/09
04/4/09 - 07/4/09 9/12/09
02/5/09 - 05/5/09 26/1/10
30/5/09 - 02/6/09 22/2/10

Entrem lá e façam o de vcs! achei bem mais prático do que ficar contando na cabeça todo mês...

***


No mais: retomada na vida, deixei a depressão para trás (parece que sim! finalmente) e estou a fim de viver esse ano. Fazia 5 anos que eu não sentia essa vontade tão básica, tão essencial, tão natural a tudo que está neste planeta: viver!! E quem sabe assim não vem uma nova vida, não é???


Mil beijos e boa semana! Vou lá no outro blog escrever sobre as coisas da vida: livros lidos, filmes vistos, dieta iniciada, ginástica...


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Rumo ao outro blog!


Pessoal, como não tenho novidades na área maternal, estarei no outro blog até ter algo para postar sobre o assunto que tanto nos interessa por aqui...
Então, peço para as amigas, as visitantes, as curiosas e todas as pessoas que estiverem a fim de acompanhar minhas passagens (ah, acompanhe vai! por favor! kuim, kuim, kuim...) que visitem (e linkem) o blog abaixo, pois vou estar por lá por enquanto, ok?

http://cafecomfolhas.blogspot.com/

mil beijos e até lá, no outro endereço!

Olha eu aí mergulhando...